Em função da pandemia do Coronavírus ter se intensificado no Brasil nas últimas semanas e tendo o seu pico projetado para as primeiras três semanas do mês de abril, uma série de medidas no sistema de saúde foram adotadas para controlar a situação, na tentativa de frear o aumento de infectados, além de tratar aqueles que necessitam.
Por conta disso, o setor de importação e distribuição de produtos para saúde, assim como outros, está sendo severamente afetado pela freada na economia e, especialmente, pelas mudanças repentinas no setor que se fizeram necessárias por conta da pandemia.
Assim, a ABRAIDI – Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde, tendo como papel central nortear, orientar e auxiliar os seus associados, elabora esta análise com informações e recomendações para o momento de crise, bem como para ações futuras, quando a situação caminhar para a normalidade.
Reiteramos nossa mensagem de otimismo ao pregar que os nossos associados se mantenham firmes e fortes durante a crise, para aproveitar as oportunidades que a retomada pode oferecer.
Cenário atual
– O número de casos no mundo continua crescendo em ritmo acelerado, em especial em países como EUA, Espanha, Itália e Alemanha. No Brasil, são 2.915 casos confirmados, com 77 mortes.
– Vários estados intensificaram as medidas de combate, com a criação de hospitais de campanha e quarentena obrigatória.
– Tanto na saúde pública quanto privada, milhares de cirurgias eletivas foram adiadas ou canceladas. O movimento em alguns hospitais também registrou queda.
– Desabastecimento parcial em algumas regiões de itens como máscaras, luvas, EPI’s, respiradores e equipamentos de UTI.
– Dificuldades na importação por aumento nos valores de frete, restrição de voos e de embarques marítimos.
Medidas adotadas pelo governo
– Redução da alíquota do Imposto de Importação (II) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para produtos essenciais ao combate da COVID-19.
– Agilização e facilitação dos procedimentos de importação e desembaraço destes produtos, além de alterações normativas no âmbito regulatório para registro de novos produtos, autorização de fabricação, importação, etc.
– Redução de juros e linhas de crédito especiais para capital de giro, voltadas às pequenas e médias empresas.
– Adiamento da cobrança do FGTS e do recolhimento de tributos de empresas optantes pelo Simples Nacional por 3 meses.
– Flexibilização de vários pontos da legislação trabalhista, tais como:
> Teletrabalho (home-office)
> Antecipação de férias individuais
> Concessão de férias coletivas
> Aproveitamento e antecipação de feriados
> Banco de horas
> Suspensão da exigência administrativa em saúde e segurança no trabalho
> Suspensão do contrato de trabalho para qualificação do empregado
> Jornada dos profissionais da área da saúde
Possibilidades no curto e médio prazo (1~6 meses)
– Adiamento do pagamento por produtos já consumidos e/ou cirurgias realizadas, por parte de hospitais e operadoras, pressionando ainda mais o caixa.
– Aumento da inadimplência e eventual colapso de hospitais e operadoras com condições financeiras delicadas.
– Restrição de novas vendas dos fabricantes/importadores aos distribuidores, assim como cancelamento de pedidos já realizados pelos distribuidores aos fabricantes/importadores.
– Demanda reprimida de cirurgias, que poderão ser retomadas de forma abrupta, colocando sob teste a capacidade de logística e fornecimento de produtos.
Recomendações ABRAIDI para os associados
– Em primeiro lugar, o momento pede serenidade, cautela, tranquilidade e bom-senso. Evite tomar decisões sem embasamento adequado, seja jurídico, financeiro, técnico, etc.
– O foco deve ser o da sobrevivência do negócio, e se possível, de preparação para a retomada.
– Segundo a Consultoria KPMG, os 3 pilares para agora são:
1. Comercial (análise do negócio como um todo)
– Contratos
– Governança
– Gestão de ativos
2. Operacional (foco em eficiência e produtividade)
– Força de trabalho / emprego / segurança
– Compliance
– Dados e tecnologia
3. Financeiro (foco em planejar o gerenciamento de capital)
– Reestruturação de caixa
– Capital / Patrimônio / Dívida
– Planejamento de crescimento
– Redução de custos e estrutura.
– Mapeamento de cirurgias adiadas, para avaliar capacidade de estoque para quando houver a retomada.
A ABRAIDI segue a disposição, trabalhando intensamente para auxiliar seus associados neste momento difícil. Em caso de dúvidas ou necessidade de suporte jurídico/técnico, entre em contato pelo e-mail consultas@abraidi.com.br ou pelo telefone (11) 94391-0269.
